Autoridades discutem medidas para prevenir intoxicação por metanol no Amazonas
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) realizou, nesta quarta-feira (1º), uma reunião extraordinária com representantes de órgãos estaduais e municipais para discutir ações de prevenção contra casos de intoxicação por metanol no estado.
A iniciativa foi motivada pelo aumento de ocorrências no país envolvendo bebidas alcoólicas adulteradas com a substância. Até a quarta-feira (1º/10) não houve registro de casos ou óbitos por intoxicação por metanol no estado, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
🔍O Brasil registrou 43 notificações de intoxicação por metanol, até quarta-feira (1º), de acordo com o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional).
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Durante o encontro, o MPAM anunciou que vai elaborar uma recomendação conjunta com promotorias das áreas de saúde e defesa do consumidor, cobrando maior fiscalização e mobilização de órgãos competentes.
A diretora da Vigilância Sanitária Municipal (Visa Manaus), Maria do Carmo Leão, destacou o papel preventivo da fiscalização.
“Se a vigilância sanitária é atuante, evita o congestionamento de problemas de saúde nos hospitais”, afirmou.
O gerente de vigilância de alimentos, Ricardo Celestino, disse que as inspeções em bares, restaurantes e adegas serão intensificadas.
Representando a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP), Helton Ruiz informou que um ofício foi enviado às Visas municipais para reforçar as inspeções. Segundo ele, uma nota técnica com orientações sobre intoxicação por metanol está em elaboração.
“A ideia é também chegar à população, para que procure consumir em estabelecimentos credenciados e licenciados, evitando os clandestinos”, disse.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) também participou da reunião. A secretária executiva adjunta de assistência, Mônica Mello, afirmou que o foco é atuar na causa do problema. “Já solicitei à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) o orçamento para adquirirmos o antídoto, que é o etanol”, informou.
O Instituto de Defesa do Consumidor do Amazonas (Procon-AM) e o Procon Manaus reforçaram a importância da comunicação com os consumidores.
A chefe de fiscalização do Procon Manaus, Danielma Coelho, disse que será feita uma campanha nas redes sociais orientando a população sobre os riscos. “É importante que os consumidores estejam mais atentos”, afirmou.
Raquel Lima, chefe do departamento jurídico do Procon-AM, destacou que a campanha será reforçada com apoio do Estado e do MPAM.
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🔍O que torna o metanol tóxico?
O metanol é um álcool, assim como o conhecido etanol que consumimos em bebidas alcoólicas. A substância é um líquido incolor e inflamável.
Ele também tem um cheiro semelhante ao do etanol, mas os dois têm estruturas químicas diferentes: o metanol é composto por apenas um átomo de carbono, enquanto o etanol tem dois.
Esse único átomo de carbono faz toda a diferença. Isso significa que o metanol é processado de maneira diferente em nossos corpos e é muito mais tóxico do que o etanol.
O metanol é usado em uma variedade de produtos industriais e domésticos, como líquidos de limpeza de para-brisas, anticongelantes e combustíveis. Não é seguro para consumo humano.
“O metanol em si não é tão tóxico quanto seus metabólitos. A pessoa pode se sentir como numa embriaguez comum e até achar que melhorou. Mas, à medida que o fígado converte a substância, começam a se acumular os compostos tóxicos. É nesse momento que surgem os sintomas graves, como alterações visuais e confusão mental”, disse o infectologista Igor Mochiutti.
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
Como o metanol aparece na bebida alcóolica — e por que isso gera lucro para alguns
Getty Images
