Bruno e Dom: Justiça Federal começa a ouvir 'Colombia' e outros nove réus por organização criminosa

  • 15/10/2025
(Foto: Reprodução)
Manifestação em homenagem a Dom e Bruno, mortos no Vale do Javari Reuters via BBC Rubén Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, acusados de envolvimento nas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, e outros oito réus vão ser interrogados em audiência nesta quinta (16) e sexta-feira (17) como parte de inquérito que os investiga por organização criminosa. A audiência ocorre na Justiça Federal em Tabatinga, no interior do Amazonas. Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição na Amazônia, no território que engloba os municípios de Guajará e Atalaia do Norte. Eles foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiriam para o munícipio de Atalaia do Norte, mas foram mortos. Pelado é apontado como o autor dos disparos que mataram Bruno e Dom, enquanto Colômbia é acusado de ter mandado executar o crime devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Os dois estão presos em presídios federais e deverão participar da audiência por videoconferência. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do AM em tempo real e de graça A audiência desta quinta-feira é relativa à ação penal que trata do crime de organização criminosa, em um processo diferente do que apura a morte de Bruno e Dom, e envolve outros oito réus além de Colômbia e Pelado. Colômbia é apontado como líder do grupo que atuava com a pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari e tráfico de munição. A acusação sustenta ainda que o assassinato de Bruno e Dom foi motivado pelas ações de fiscalização ambiental realizadas pelo indigenista, que prejudicavam os interesses econômicos do grupo criminoso. Quem é 'Colômbia' "Colômbia" suspeito de mandar matar Bruno e Dom. Rede Amazônica. Envolvimento com o tráfico de drogas, pesca ilegal e uso de documentos falsos. O histórico de Rubén Villar veio à tona após os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips. Em 1º de novembro de 2024, ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) como mandante do crime. Segundo a investigação, Colômbia forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interveio para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. A PF confirmou que os assassinatos ocorreram devido às fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. Apesar do apelido Colômbia, o homem é de nacionalidade peruana e foi preso em flagrante por uso de documento falso ao comparecer à sede da PF, em Tabatinga, em 8 de junho de 2022. Ele alegava não ter envolvimento com as mortes do indigenista e do jornalista. No decorrer das investigações, as autoridades constataram que Colômbia é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, e de ter envolvimento com tráfico de drogas. A região fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Segundo a PF, o traficante pagava despesas de pescadores que atuam ilegalmente em áreas indígenas. Quadrilhas lideradas por ele também escondiam cocaína em carregamentos de pescado, constatou a PF. PF diz que "Colômbia" é o mandante dos assassinatos de Bruno e Dom A primeira prisão dele, no entanto, durou pouco mais de 4 meses. Em outubro de 2022, a Justiça Federal do Amazonas concedeu a ele liberdade provisória, em decisão que alegava que a PF "não reuniu um único elemento de ligação dele com as mortes". Na ocasião, Colômbia foi submetido a medidas cautelares, como o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de moradia em Manaus. Em dezembro daquele ano, foi novamente preso por descumprimento das condições impostas pela Justiça e conduzido a um presídio em Manaus. Atualmente, ele está preso em um presídio de segurança máxima. Caso Bruno e Dom: veja cronologia desde a morte das vítimas até o indiciamento do suposto mandante do assassinato PF usou escutas na cela para desvendar assassinatos de Bruno e Dom; conversas entre criminosos revelam detalhes da trama O caso Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirma que Brasil deve esgotar as investigações sobre a possibilidade de encontrar mandantes nos assassinatos de Dom e Bruno Getty Images via BBC Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Dom escrevia o livro "How to save the Amazon?" (Como salvar a Amazônia?). O objetivo era mostrar como povos indígenas fazem para preservar a floresta e se defender de invasores. Na viagem de campo, os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino. Os restos mortais dos dois foram achados em 15 de junho daquele ano. A polícia concluiu que eles foram mortos a tiros, e seus corpos, esquartejados, queimados e enterrados. Além de Colômbia, também respondem pelo crime Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos" e Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha". Amarildo foi preso em flagrante em 8 de junho de 2022 por ter feito ameaças a indígenas que participavam das buscas pelos corpos e em posse de munição de uso restrito e permitido. No dia seguinte a prisão, a polícia encontrou vestígios de sangue na lancha usada por ele. Oseney foi preso em 14 de junho do mesmo ano. Ele é irmão de Amarildo e teria o ajudado a fazer uma emboscada e cometer o crime contra as vítimas. Jefferson foi preso no dia 18 de junho de 2022. A investigação indicou que ele teve participação direta no caso, desde a emboscada até a ocultação dos corpos. Além deles, também foram denunciados pelo MPF os pescadores Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa Oliveira por usarem um menor de idade para ajudar a ocultar os cadáveres de Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles também foram denunciados pelo delito de ocultação de cadáveres. Amarildo e Jefferson serão julgados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Os dois continuam presos. Quanto a Oseney, ele aguarda a finalização do julgamento do caso em prisão domiciliar, com monitoração eletrônica.

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/10/16/bruno-e-dom-justica-federal-comeca-a-ouvir-colombia-e-outros-nove-reus-por-organizacao-criminosa.ghtml


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