Aterro volta a ceder e trecho da BR-319 sobre o Rio Curuçá é novamente interditado
03/06/2025
(Foto: Reprodução) A interdição, que já dura quase 72 horas, afeta diretamente a mobilidade entre os municípios de Careiro e Manaus, e não há previsão oficial para a normalização total do tráfego Aterro sobre Rio Curuçá desaba e BR-319 segue interditada há mais de 40 horas
Poucas horas após ser liberado para circulação de veículos de pequeno e médio porte, parte do aterro provisório utilizado para a travessia de veículos sobre o Rio Curuçá — no trecho onde uma das pontes da BR-319 desabou em 2022 — voltou a ceder e foi totalmente interditado no início da tarde desta terça-feira (3).
O trecho da rodovia cedeu inicialmente no sábado (31). A PRF e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) informaram que o rompimento foi causado pela força da correnteza, intensificada pelo aumento do nível do Rio Curuçá. A estrutura provisória começou a funcionar 35 dias após o desabamento da ponte.
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A interdição, que já dura quase 72 horas, afeta diretamente a mobilidade entre os municípios de Careiro e Manaus, e não há previsão oficial para a normalização total do tráfego, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não há cidades ou comunidades isoladas.
Conforme apurado pela Rede Amazônica com equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) presentes no local, o nível do rio aumentou e parte do aterro foi destruída novamente pela força da correnteza. Equipes do órgão continuam no local e não há previsão de conclusão nos reparos emergenciais.
A BR-319 é a única rodovia que liga os estados do Amazonas e Roraima ao restante do país. A rota parcialmente bloqueada possui alto fluxo de caminhões usados para o transporte de cargas enviadas por outros estados ao Amazonas. Uma longa fila de veículos está formada no local.
A única alternativa para os motoristas que trafegam pela rodovia chegarem a Manaus é retornar até o quilômetro 68 da rodovia, acessar o ramal São José até o município de Iranduba e seguir para a capital amazonense pela rodovia AM-352. O trajeto dura, em média, 2h a mais que o feito pelo acesso interditado.
Para pedestres, pequenas embarcações particulares estão oferecendo o serviço de travessia.
Desabamentos
Balsa usada para travessia em novembro de 2022.
William Duarte/Rede Amazônica
A queda da ponte sobre o Rio Curaçá aconteceu no dia 28 de setembro de 2022 e resultou na morte de cinco pessoa, além de deixar mais de 10 feridos. Carros foram arremessados sobre o rio e uma ponte provisória foi montada no local para não interromper o fluxo da rodovia. Dez dias depois, outra ponte caiu no km 25 da mesma rodovia.
Em maio deste ano, o DNIT informou que a nova ponte sobre o Rio Curuçá deve ser entregue até setembro. A estrutura foi ampliada em relação à anterior, com 150 metros de extensão e 13 metros de largura.
O superintendente regional do DNIT, Orlando Fanaia, destacou os desafios enfrentados para manter a rodovia em funcionamento.
"É um desafio manter a rodovia trafegável. São 400 km de rodovia não pavimentada, em uma região com dificuldade de insumos, sem material de base, a pedra vem de longe. Esses desafios estão sendo enfrentados com muitas ações em andamento", afirmou.
As obras da nova ponte sobre o Rio Curuçá foram retomadas em dezembro do ano passado. Além dela, a ponte sobre o Rio Autaz Mirim também está em reconstrução, com entrega prevista para novembro deste ano.
Os investimentos nas duas estruturas somam R$ 50 milhões e um terceiro trecho, sobre o rio Igapó-Açu, está atualmente em fase de licitação.
Aterro sobre Rio Curuçá desaba e trecho da BR-319 segue interditado há mais de 40 horas