Caso Benício: pais destacam personalidade carinhosa do filho e cobram justiça pela morte após ‘erros sucessivos’

  • 08/12/2025
(Foto: Reprodução)
Imagens exclusivas revelam como foi o atendimento ao menino Benício, vítima de um erro médico Os pais de Benício Xavier, de 6 anos, que morreu após receber uma dose de adrenalina diretamente pela veia durante um procedimento médico em Manaus, falaram sobre a personalidade do filho, considerado uma criança carinhosa e tranquila, e reforçaram o pedido por justiça após "erros sucessivos". O caso é investigado pela Polícia Civil. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". A técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela aplicação do medicamento, também é investigada. Ambas respondem ao inquérito em liberdade. Em entrevista ao g1, a mãe, Joyce Xavier, relembra Benício como uma criança amorosa e paciente. “O Benício era uma criança maravilhosa. Muito carinhoso, meigo, obediente, alegre. Todo mundo conhecia o Ben pelo sorriso. Ele tinha um sorriso no olhar. Era muito paciente, não era de briga. Foi realmente um ser de luz na minha vida”, disse. Ela conta que o filho gostava de desenhar e tinha orgulho de mostrar as atividades feitas na escola, todos os dias, na rotina que tinham juntos. Após o nascimento do filho, Joyce passou a se dedicar integralmente a ele, enquanto o pai seguiu com seu trabalho como professor. “Ele amava ganhar folhinha. Ia dormir pensando na folhinha do dia seguinte para fazer um desenho. Sempre vinha me mostrar com orgulho. Era uma pureza”, relatou. Após o ocorrido com o filho, Joyce afirmou que a busca por justiça é o que tem sustentado a família desde a morte do menino. “Isso é o que está nos fazendo ficar de pé: a vontade de lutar, de ter justiça no caso do Benício. Foram vários erros, não foi só da médica. A gente quer que tudo seja esclarecido e que cada um arque com suas responsabilidades. O que não pode é outra criança passar pelo sofrimento do Benício”, completou. O pai, Bruno Mello de Freitas, descreve o momento vivido pela família como exaustivo, mas diz considerar importante relatar o que aconteceu. “A gente não sabe explicar como está em pé. Tudo o que falamos vem do nosso coração, do que vivemos e do que não queremos que outras famílias passem. O apoio e as orações têm fortalecido muito a gente”, afirmou. Ele contou que ainda revive detalhes do dia em que levou o filho ao hospital. Mesmo diante da dor, Bruno diz que a fé tem sustentado a família. “Me dói muito lembrar. Coloquei ele na maca e depois saímos de lá com ele dentro de um saco preto, por causa desses erros sucessivos. Eu ainda recordo de muitas cenas, não sei até quando isso vai ficar na minha mente. Em nenhum momento a gente perdeu a fé, nem mesmo após a morte dele. Sabemos o quanto essa batalha vai ser difícil, mas acreditamos que as coisas vão melhorar. Queremos honrar o nome do Benício. Que ele seja um divisor de águas”, declarou. A família reforça que seguirá acompanhando as investigações e cobrando responsabilização pelos erros cometidos. A Polícia Civil apura possíveis falhas no procedimento de intubação e no uso da medicação que levou à morte do menino. Lembranças de Bruno Mello de Freitas e Joyce Xavier, com o menino Benício. Patrick Marques/g1 AM LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Colega de trabalho diz em depoimento que alertou técnica para não aplicar adrenalina na veia Investigação No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. Em relatório enviado à Polícia Civil, ao qual a Rede Amazônica teve acesso, Juliana reconheceu que errou ao prescrever adrenalina na veia. Ela afirmou ter informado à mãe que a medicação deveria ser administrada por via oral e disse ter se surpreendido com o fato de a enfermagem não ter questionado. A técnica Raiza Bentes declarou que apenas seguiu o que estava registrado no sistema. O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. O caso Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Bruno Mello de Freitas e Joyce Xavier, pais do menino Benício. Patrick Marques/g1 AM

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/08/caso-benicio-pais-lembram-personalidade-carinhosa-do-filho-e-cobram-justica-apos-morte-do-menino.ghtml


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