Caso Djidja Cardoso: Justiça anula processo contra réus após falha reconhecida pelo MP

  • 22/09/2025
(Foto: Reprodução)
Djidja, Cleusimar e Ademar Cardoso Reprodução/Redes Sociais A Justiça do Amazonas anulou, nesta segunda-feira (22), o processo contra os réus envolvidos na morte da empresária e ex-sinhazinha do boi Garantido, Djidja Cardoso, após acolhimento do recurso da defesa. A decisão ocorre depois que o Ministério Público reconheceu uma falha na condução do caso e pediu que ele voltasse à primeira instância. O julgamento teve início às 9h e ocorreu de forma virtual. Na ocasião, os advogados de defesa apresentaram verbalmente os argumentos para justificar o pedido de anulação do processo e liberdade. O caso foi relatado pela desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do AM em tempo real e de graça O Ministério Público do Amazonas apontou cerceamento de defesa, já que os advogados não foram informados sobre a inclusão dos laudos periciais antes da sentença. Por isso, o órgão pediu que o processo volte à primeira instância, com anulação parcial dos atos já realizados. Os réus haviam sido condenados em dezembro de 2024. Veja as penas abaixo: Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): condenada por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): condenado por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): condenado por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): condenado por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja): condenado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja): condenada por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão; Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): também condenado por tráfico de drogas e associação para o tráfico - total das penas: 10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão. Apesar de reconhecer o apontamento da defesa, o MP destacou que há provas consistentes contra os acusados — como depoimentos e mensagens extraídas de celulares — que apontam para uma associação criminosa estável e permanente dedicada ao tráfico. Assim, caso a nulidade não seja acolhida, o órgão defende a manutenção das condenações. Mesmo com o avanço, o pedido de liberdade foi negado. A defesa informou que vai ingressar com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, e espera uma decisão do ministro relator ainda nesta semana. "Estamos comemorando a vitória pelo reconhecimento da nulidade, que confirma tudo o que sempre afirmamos: não houve respeito ao devido processo legal. Agora temos base sólida para levar o pedido de liberdade ao STJ", afirmou a advogada Nauzila Campos. LEIA TAMBÉM Caso Djidja: veja quem são e quais crimes são atribuídos aos 11 indiciados Entenda como funcionava o grupo religioso liderado pela família de Djidja Cardoso, encontrada morta com sinais de overdose Mãe e irmão de ex-sinhazinha lideravam grupo que forçava uso de droga em rituais, diz polícia Caso Djidja: MP do Amazonas aponta falha no processo e pede nova análise com defesa Condenação De acordo com a investigação da polícia, a família de Djidja fundou o grupo religioso "Pai, Mãe, Vida", que promovia o uso indiscriminado de cetamina, droga sintética, conhecida por causar alucinações e dependência. Além da mãe e do irmão de Djidja, estão presos um coach, o proprietário e o sócio de uma clínica veterinária suspeita de fornecer a substância ao grupo. Em junho de 2024, o Ministério Público, representado pelo promotor André Virgílio Betola Seffair, denunciou o grupo por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Na denúncia, Seffair afirmou que Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja, estava no núcleo central do esquema de tráfico de entorpecentes. O juiz Celso de Paula explicou que a versão apresentada pelos réus no tribunal, tentando se livrar da responsabilidade pelo tráfico de drogas, estava completamente em desacordo com os depoimentos das testemunhas. Por isso, essa foi considerada sem fundamento e não foi levada em conta, pois não havia provas que a sustentassem. Dos sete condenados, apenas Verônica e Bruno Roberto - que estão em liberdade provisória - poderão recorrer em liberdade. Já os demais, seguem em regime fechado até que o STJ aceite ou não o pedido de habeas corpus. O juiz também absolveu por insuficiência de provas os réus Emicley Araujo Freitas Júnior, ex-funcionário da clínica que fornecia a droga, Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas, ex-funcionários do salão de beleza da ex-sinhazinha. A sentença trata exclusivamente dos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Já os crimes de charlatanismo, curandeirismo, manipulação e adulteração de medicamentos, estupro e outros serão desmembrados e encaminhados às varas competentes para investigação. Caso Djidja: mãe e irmão da ex-sinhazinha são condenados por tráfico de drogas Causa da morte de Djidja Djidja, que foi uma das principais atrações do Festival de Parintins por cinco anos, foi encontrada morta no dia 28 de maio. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indica que a morte da ex-sinhazinha foi causada por um edema cerebral, que comprometeu o funcionamento do coração e da respiração. No entanto, o laudo não esclarece o que teria provocado o quadro. A principal linha de investigação da polícia aponta para a possibilidade de uma overdose de cetamina como causa da morte. De acordo com as investigações, o corpo de Djidja foi encontrado pelos policiais com sinais de overdose e indícios do uso da substância injetável. No dia da morte de Djidja, a polícia também encontrou frascos de cetamina enterrados no quintal da casa dela, além de caixas da droga, seringas, frascos, bulas e cartelas de remédios na lixeira da propriedade. Conforme a polícia, o irmão de Djidja Cardoso, Ademar Farias, introduziu a cetamina na família após ter tido contato com a droga durante uma viagem a Londres, onde buscava tratamento contra dependência química. Posteriormente, ele e os demais membros da família criaram o grupo religioso "Pai, Mãe, Vida". Durante a apuração do caso, a Polícia Civil identificou que o grupo realizava rituais nos quais promoviam o uso indiscriminado de cetamina, uma droga sintética utilizada tanto em humanos quanto em animais. Para pessoas, a cetamina é usada como anestésico, analgésico e, em alguns casos, no tratamento da depressão. Embora seu uso recreativo seja comum, ele é ilegal desde 1980. As investigações indicaram, ainda, que algumas vítimas do grupo foram submetidas a violência sexual e aborto. O grupo liderado pela mãe e pelo irmão de Djidja Cardoso acreditava que Ademar (irmão) era Jesus Cristo, Cleusimar (mãe) era Maria, e Djidja seria Maria Madalena. Eles defendiam o uso de cetamina como meio para alcançar a elevação espiritual. Os rituais aconteciam principalmente nos salões de beleza e na residência da família, onde foram encontradas ampolas de cetamina, seringas e agulhas. Ademar se apresentava nas redes sociais como um "guru" que ajudava as pessoas a "sair da Matrix" e alcançar um "plano superior". Ele e a mãe tinham o nome do grupo tatuado. Ademar e Claudimar exibem tatuagens com nome do grupo religioso Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/09/22/caso-djidja-cardoso-justica-anula-processo-contra-mae-e-irmao-apos-falha-reconhecida-pelo-mp.ghtml


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