Chefe do CV no Amazonas morto no Rio era amigo de investigada por fuga em presídio de Roraima
31/10/2025
(Foto: Reprodução) Chefe do CV no Amazonas morto no Rio era amigo de investigada por fuga em presídio de Roraima
Francisco Myller Moreira da Cunha, de 32 anos, conhecido como “Gringo” ou “Suíça” e apontado como um dos chefes do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, foi morto na megaoperação realizada no Rio de Janeiro. Ele era amigo de Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, investigada por envolvimento na fuga de quatro detentos do maior presídio de Roraima.
Um dia após a operação, Evelyn — conhecida como “Porcelana” — publicou dois vídeos em seu perfil no Instagram lamentando a morte de Francisco. “Descansa em paz, meu amigo. Você vai nos fazer muita falta”, escreveu. O g1 tenta contato com ela.
A megaoperação deixou mais de 120 mortos, a mais letal da história. O nome de Gringo foi divulgado nesta sexta-feira (31) pela Cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro. A lista inclui 109 pessoas já identificadas.
Quem é 'Porcelana': Condenada por tráfico e amiga de chefe do CV
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Gringo era foragido
Segundo a Justiça do Amazonas, Gringo estava foragido desde abril de 2024. Ele era condenado a 34 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato de Samuel Paz de Andrade, no dia 8 de agosto de 2021. Samuel que foi morto com vários tiros após ter a casa invadida. O crime, segundo a investigação, foi motivado por brigas entre facções criminosas.
Gringo era natural de Eirunepé, no interior do Amazonas, e havia completado 32 anos um dia antes da operação.
Porcelana é acusada de tráfico
A investigada Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos.
Reprodução/Instagram
Porcelana também é apontada pela Polícia Civil de Roraima como integrante do CV. Além de ser investigada por apoiar a fuga na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona Rural de Boa Vista, ela também é acusada de tráfico no estado.
Em 2023, foi condenada a 5 anos de detenção, em regime semiaberto, pelos crimes de tráfico de drogas e posse e porte ilegal de arma de fogo.
A investigação que condenou Evelyn Lorrany foi resultado de uma ação em junho de 2022. À época, ela foi presa com o namorado, Thiago Lima dos Santos, conhecido como “TH da Zona Leste”, em frente à casa alugada pelo casal no bairro Canarinho, em Boa Vista. Na abordagem, a polícia apreendeu 1,7 kg de cocaína, 32 g de maconha, duas armas de fogo e 45 munições calibre 9 mm.
TH da Zona Leste foi morto no dia 24 de julho deste ano, em Manaus. Ele, assim como Gringo, era considerado uma das principais lideranças do CV na capital amazonense e atuava como conselheiro da facção.
No caso da fuga dos presos, a jovem é investigada na operação "Cerco Fechado", deflagrada pela Polícia Civil contra pessoas que deram apoio ao grupo com transporte, suporte logístico nas rotas de fuga, repasses financeiros, alojamento em áreas de mata e possível fornecimento de armas e drogas aos foragidos - todos foram recapturados.
Evelyn Lorrany Nogueira de Lima, de 23 anos, com integrante do CV morto em megaoperação no Rio.
Reprodução/Instagram
Operação Cerco Fechado
A Polícia Civil de Roraima deflagrou na última quarta-feira (29) a operação Cerco Fechado e cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nas casas suspeitos de envolvimento na fuga dos detentos Natanael Araújo Mesquita, de 26 anos, Kaique de Almeida Vieira, 22, Moisés Farias de Pinho, 31 e Thiago Edward Cândida Dias, de 25.
Todos os foragidos eram integrantes do CV, informou a polícia. Ele foram recapturados e voltaram à penitenciária.
Conforme apurado pela Rede Amazônica pelo g1, o TH da Zona Leste, namorado de Evelyn e assassinado em julho deste ano, também era um dos investigados por dar apoio na fuga.
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