Cheia do Rio Solimões alaga plantações e afeta vida de produtores rurais no AM

  • 14/07/2025
(Foto: Reprodução)
Cheia no Amazonas deixa comunidade em baixo d'água e produtores rurais têm prejuízos Desde outubro do ano passado, as águas do Rio Solimões subiram quase 18 metros e transformaram a rotina de famílias inteiras na zona rural de Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus. A enchente causou prejuízos para centenas de produtores que tiveram lavouras submersas e estruturas destruídas. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp A casa do agricultor Cristiano Nogueira resistiu ao avanço da água por ter sido construída a mais de dois metros do chão. No entanto, a estrutura onde ele produzia farinha ficou submersa. Ele também perdeu todas as bananeiras e a plantação de feijão de corda. “Tudo que a gente planta aqui vai pro fundo. Quando a água vem, ela vem mesmo, levando tudo. Sai levando tudo. Aí a coisa fica complicada pra nós”, lamentou Cristiano. O agricultor Raimundo Silva viu o rio invadir a área ao redor da casa, encostando no piso. Além do prejuízo na plantação, ele precisou lidar com riscos diários, como o aparecimento de aranhas. Para manter a energia elétrica, suspendeu os fios da rede. Segundo ele, a única cultura que conseguiu colher foi a mandioca. Já o couve e o pepino, se perderam. “O couve e o pepino, nós perdemos tudinho. Couve e o pepino. O couve deu pra gente apanhar ainda um pouco e o resto morreu. Foi tudo pro fundo”, contou. Cheia dos rios no Amazonas deixa comunidade em baixo d'água e produtores rurais acumulam prejuízos. Michel Castro/Rede Amazônica A enchente também surpreendeu o agricultor Adalberto Sampaio, que plantou pepino no início de maio acreditando que conseguiria colher antes da cheia. A plantação renderia cerca de oito toneladas. Mas a água chegou antes da colheita e destruiu tudo. “Surpreendeu todo mundo, porque ninguém esperava uma água dessas. Todo mundo dizia que ia ser uma seca pequena, uma enchente pequena, que ia chegar a um meio metro, mas foi longe”, disse Adalberto. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), cerca de 4 mil famílias de produtores foram afetadas pela cheia. O Governo do Estado anunciou que pretende anistiar dívidas rurais e criar novas linhas de crédito para os atingidos. O excesso de água também impactou a pesca. A pescadora Euci Ferreira, por exemplo, agora precisa cuidar do que restou em terra firme. Sem pasto disponível, ela carrega o capim até os animais para garantir a alimentação. “Realmente não tem da onde eles comerem, a não ser puxar o capim para eles. Quando dá para a gente comprar ração, a gente compra. É o jeito. Tem que esperar a água baixar. Aí é que vai aparecer algo para eles comerem”, contou Euci. Cheia dos rios no Amazonas deixa comunidade em baixo d'água e produtores rurais acumulam prejuízos. Michel Castro/Rede Amazônica Pescadores relatam escassez de peixes mesmo com cheia do Rio Negro, em Manaus Municípios em emergência De acordo com a Defesa Civil, 42 municípios do estado em situação de emergência devido a cheia que atinge o Amazonas, segundo o boletim de monitoramento da cheia mais recente, divulgado na sexta-feira (11). Confira abaixo: Guajará - Rio Juruá; Ipixuna - Rio Juruá; Itamarati - Rio Juruá; Eirunepé - Rio Juruá; Juruá - Rio Juruá; Carauari - Rio Juruá; Boca do Acre - Rio Purus; Borba - Rio Madeira; Nova Olinda do Norte - Rio Madeira; Apuí - Rio Madeira; Humaitá - Rio Madeira; Manicoré - Rio Madeira; Novo Aripuanã - Rio Madeira; Atalaia do Norte - Rio Solimões; Benjamin Constant - Rio Solimões; Santo Antônio do Içá - Rio Solimões; Tonantins - Rio Solimões; Amaturá - Rio Solimões; Fonte Boa - Rio Solimões; Maraã - Rio Solimões; São Paulo de Olivença - Rio Solimões; Japurá - Rio Solimões; Tefé - Rio Solimões; Coari - Rio Solimões; Jutaí - Rio Solimões; Careiro da Várzea - Rio Solimões; Careiro - Rio Solimões; Manaquiri - Rio Solimões; Anamã - Rio Solimões; Careiro - Rio Solimões; Anori - Rio Solimões; Caapiranga - Rio Solimões; Itacoatiara - Rio Negro; Itapiranga - Rio Negro; Boa Vista dos Ramos - Rio Negro; Santa Isabel do Rio Negro - Rio Negro; Manacapuru - Rio Solimões Uarini - Rio Solimões Urucurituba - Rio Amazonas Alvarães - Rio Solimões Iranduba - Rio Solimões Barcelos - Rio Negro Além dos municípios em emergência: 13 estão em estado de alerta; 1 em estado de atenção; e seis em normalidade. Cheia dos rios no Amazonas deixa comunidade em baixo d'água e produtores rurais acumulam prejuízos. Michel Castro/Rede Amazônica De acordo com dados da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc), 444 alunos foram impactados pela cheia dos rios em quatro municípios: Anamã, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Uarini. Os alunos seguem com o calendário do “Aula em Casa”, programa de ensino remoto. Segundo o Governo do Amazonas, para auxiliar os afetados pela cheia já foram enviados 580 toneladas em cestas básicas, 2.450 caixas d’água de 500 litros, 57 mil copos de água potável da Cosama, além de 10 kits purificadores do programa Água Boa e uma Estação de Tratamento Móvel (Etam) para dezoito municípios. Também foram destinados 72 kits de medicamentos para os municípios de Apuí, Boca do Acre, Manicoré, Humaitá, Ipixuna, Guajará e Novo Aripuanã, beneficiando mais de 35 mil pessoas. Manicoré recebeu uma nova usina de oxigênio, com capacidade para produzir 30 metros cúbicos por hora, destinada ao hospital municipal. Já Apuí, foi contemplado com seis cilindros de oxigênio para servir como reserva de segurança. *Com informações de Daniela Branches, da Rede Amazônica Período de cheia do rio dificulta pesca e dispersa peixes no AM

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/07/14/cheia-do-rio-solimoes-alaga-plantacoes-e-afeta-vida-de-produtores-rurais-no-am.ghtml


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