Entenda como pastor e gerentes de banco lucraram R$ 3 milhões com golpes em professores no AM
05/06/2025
(Foto: Reprodução) Quadrilha usava dados dos professores para falsificar documentos e fazer empréstimos em nome deles com pessoas aliciadas, segundo a Polícia Civil. Líderes religiosos e gerentes de banco são presos suspeitos de aplicar golpes
Uma quadrilha formada por um pastor e gerentes de banco enganava professores da rede pública no Amazonas com empréstimos que eles nunca pediram — e movimentou mais de R$ 3 milhões em apenas um ano. A Polícia Civil revelou os bastidores da fraude na terça-feira (3), com a apresentação dos resultados da Operação Lousa Negra.
A ação, realizada na segunda (2), resultou na prisão de sete suspeitos, após três meses de investigação conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Os golpes foram aplicados em servidores da educação, tanto na capital quanto no interior do estado.
Como o golpe funcionava
Segundo o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, a quadrilha obtinha informações sobre a margem consignável dos professores e, com esses dados, falsificava documentos. Pessoas eram aliciadas para se passarem pelas vítimas nas agências bancárias, onde contratos fraudulentos de empréstimo eram firmados.
"Parte da quadrilha atuava como correspondente bancário, facilitando a abertura de contas e o encaminhamento dos processos de crédito consignado. Gerentes de agências bancárias da capital autorizavam os pagamentos dos empréstimos e recebiam comissões oriundas dos valores desviados", informou o delegado.
A maioria das transações era autorizada de forma irregular por gerentes que deixavam de seguir os procedimentos internos de análise das instituições financeiras. Isso permitia a liberação dos valores por meio do chamado "clique único", um processo simplificado, feito por aplicativo bancário, que dispensava a ida presencial à agência.
Quem são os presos
Como o golpe funcionava.
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Alan Douglas Pereira Barbosa – gerente de uma instituição bancária privada em Manaus, também investigado em outro inquérito por envolvimento em fraudes com financiamentos e cartões de crédito.
Jean Fábio França de Souza, Samuel da Costa Matos e Marcos Pitter – atuavam como correspondentes bancários, intermediando as fraudes com Alan Douglas.
John Harry Santos da Silva – pastor, que, junto com Luiz Roberto Lima Fonseca e Manoel Moreno Penha Júnior, atuava como corretor, recebendo documentos falsificados e articulando a abertura de contas com os correspondentes bancários e os gerentes.
Vítimas surpreendidas
Segundo o delegado, as vítimas só descobriam o golpe cerca de dois meses após a contratação fraudulenta, quando os descontos indevidos começavam a aparecer em seus contracheques, relativos a empréstimos que jamais haviam solicitado.
A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros envolvidos e contabilizar o total de vítimas lesadas pelo esquema.
Entenda como líderes religiosos e gerentes de banco presos atuavam aplicando golpes em professores no AM.
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