Garçom do Amazonas confessa que dopou e asfixiou empresário encontrado morto em carro no ES
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Garçom do Amazonas confessa que dopou e asfixiou empresário dentro de carro em posto
O garçom Paulo da Silva de Oliveira de 29 anos, do Amazonas, foi preso e confessou que dopou e asfixiou o empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, encontrado morto dentro do próprio carro estacionado em um posto de combustíveis, em julho, em Vitória.
A Polícia Civil divulgou detalhes do crime nesta quarta-feira (15) e informou que antes de morte, o suspeito exigiu transferências bancárias da vítima.
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O garçom foi preso em flagrante no dia 26 de julho, dia seguinte ao crime, ao tentar invadir uma casa no bairro Costa Bela, na Serra, mesma região.
Como já havia indícios da participação dele no crime, a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vitória pediu a prisão temporária, que foi convertida em preventiva.
"A polícia já tinha indícios da participação de Paulo no latrocínio, por isso pediu o mandado de prisão temporária quando ele foi detido pela invasão residencial, inclusive por receio de que ele retornasse ao Amazonas, seu estado de origem, tornando mais difícil recapturá-lo", detalhou o chefe da DHPP, o delegado Ramiro Diniz.
O garçom Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, confessou que asfixiou e matou o empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, em julho de 2025, em Vitória, Espírito Santo.
Divulgação/PCES
Paulo da Silva de Oliveira foi indiciado por latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Ele permanece na Penitenciária de Segurança Média 2, em Viana. O g1 não conseguiu contato com a defesa do suspeito.
A Secretaria Estadual de Justiça do Espírito Santo informou que o suspeito não tinha registro pelo sistema prisional anteriormente.
A Secretaria de Justiça do Amazonas foi procurada pelo g1, mas não se pronunciou até a última atualização desta reportagem.
Câmeras flagraram o garçom Paulo da Silva de Oliveira, de 29 anos, estacionando o carro de Carlos José Pereira, de 62 anos, e limpando digitais do veículo após asfixiar empresário, em Vitória. Espírito Santo.
Reprodução
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Tentativa de ocultar o crime
De acordo com a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Paulo estava no Espírito Santo há um ano. A suspeito e a vítima se conheceram em um bar na Serra, onde Paulo trabalhava como garçom. A polícia disse que os dois já haviam saido juntos algumas vezes antes do crime.
O delegado contou que a investigação foi auxiliada por imagens das câmeras de segurança do posto de combustíveis.
O sistema de monitoramento registrou o carro vermelho do empresário chegando com o pisca alerta ligado, por volta das 21h, na noite do dia 23 de julho. Dois dias antes da descoberta do corpo.
Segundo a polícia, era Paulo que dirigia o carro. Ele sai do carro, bate a porta e caminha em direção ao carona. O empresário Carlos José se levanta e tenta sair do carro, mas é impedido. Segundo a polícia, é neste momento que o empresário foi morto asfixiado.
Após o assassinato, Paulo coloca o corpo da vítima no banco de trás do veículo, cobre com um lençol, coloca um boné sobre o rosto do empresário. Depois, o garçom limpa o carro por mais de 20 minutos para eliminar as impressões digitais.
“Ele usava luvas cirúrgicas, máscara e blusa de manga comprida para não ser reconhecido. Fez tudo com calma, tentando simular que o homem havia parado para descansar e morrido de forma natural”, disse o delegado.
Ao final da ação, as imagens mostram que Paulo sai caminhando tranquilamente.
Empresário Carlos José Pereira, de 62 anos, foi encontrado morto dentro de carro em Vitória
Reprodução/TV Gazeta
Passeio em cachoeira e transações bancárias
No dia do assassinato, Carlos José buscou o suspeito próximo ao Terminal de Carapina, na Serra, e os dois seguiram para a região da cachoeira Véu da Noiva, em Santa Leopoldina, na Região Serrana do Espírito Santo.
“Chegando próximo à cachoeira, ele anunciou o assalto e assumiu a direção do carro. Em seguida, obrigou a vítima a ingerir um medicamento para tranquilizá-la e diminuir a resistência”, explicou o delegado.
De acordo com o inquérito, o suspeito manteve o empresário sob seu controle por cerca de oito horas, tentando realizar transações bancárias com os cartões da vítima, a maioria delas frustradas.
Ao chegar ao posto de combustíveis em Vitória, Carlos José percebeu a movimentação de pessoas e tentou pedir ajuda, momento em que foi asfixiado pelo autor do crime.
“Ele se segurou no carro, empurrou a vítima de volta, deu a volta no veículo e a asfixiou com as mãos, tampando a boca e o nariz até causar a morte”, detalhou Ramiro Diniz.
Confissão
O corpo do empresário foi encontrado dois dias depois, dentro do veículo, sem sinais aparentes de violência.
Durante o interrogatório, o suspeito inicialmente negou o crime, mas depois confessou ter matado o empresário e roubado pertences pessoais, como o celular e um cordão de ouro, vendido por R$ 150 a um ourives.
“Ele confessou cada detalhe, que asfixiou, que roubou o cordão, que limpou o carro. Tudo foi confirmado com base nas provas”, afirmou o delegado Ramiro Diniz.
Carro de empresário foi encontrado com o homem morto em posto de gasolina em Vitória, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Quem era a vítima
Carlos José Pereira era proprietário de um restaurante em Serra Sede, na Grande Vitória, e morava sozinho.
No dia 24 de julho, ele não apareceu para abrir o estabelecimento, o que despertou preocupação entre amigos e familiares. O corpo foi localizado no dia seguinte.
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