Greve Nacional: Petroleiros de Urucu paralisam atividades no Amazonas
15/12/2025
(Foto: Reprodução) Petroleiros iniciam greve nacional
Petroleiros que atuam no polo de produção de gás e petróleo de Urucu, no interior do Amazonas, aderiram à greve nacional da categoria iniciada na madrugada desta segunda-feira (15). O movimento acontece após um impasse nas negociações do acordo coletivo com a Petrobras.
A paralisação teve início após semanas de assembleias e a rejeição de uma segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A greve é por tempo indeterminado e começou em plataformas e em importantes refinarias das regiões Sul e Sudeste do país.
No Amazonas, a adesão ao movimento foi confirmada pelo Sindicato dos Petroleiros da Amazônia (Sindpetro Amazônia). Segundo o representante da entidade, Bruno Terribas, os trabalhadores de Urucu iniciaram uma greve geral por tempo indeterminado, em alinhamento com a mobilização nacional.
“Os trabalhadores e as trabalhadoras da província petrolífera de Urucu, no Amazonas, iniciaram, junto com toda a categoria petroleira em nível nacional, uma greve geral por tempo indeterminado em defesa de um acordo coletivo de trabalho que valorize a produtividade apresentada no último período.
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A pauta também busca barrar ataques que a empresa tem promovido, como mudanças no plano de saúde e no plano de previdência, especialmente em relação aos companheiros e companheiras aposentados”, afirmou Terribas.
Ainda segundo o sindicato, caso a greve se estenda até a próxima quarta-feira, a Petrobras poderá enfrentar dificuldades para realizar o revezamento das equipes que atuam na base de Urucu.
Em nota, a Petrobras informou que segue empenhada em concluir as negociações com a categoria.
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Negociações
Segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os sindicatos dos trabalhadores da Petrobras em todo o país, a proposta apresentada pela companhia não avançou em três pontos centrais da negociação:
Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que promove descontos extras na remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas para cobrir déficits do fundo de previdência da Petrobras;
Aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal;
Defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal: barrar o avanço de parcerias e terceirizações que, na avaliação dos sindicatos, “precarizam o trabalho” e abrem caminho para privatizações.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a FUP em nota. “A greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros.”
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Guilherme Weimann/Sindipetro Unificado