Seca severa e isolado do restante do país: Amazonas vive caos ambiental

  • 05/09/2024
(Foto: Reprodução)
Com Rio Negro medindo pouco mais de 19 metros em Manaus, empresas que atuam no transporte de cargas precisaram montar portos flutuantes no município de Itacoatiara. Casas flutuantes ficaram encalhadas no leito do Igarapé do Xidamirim, cujo nível da água baixou drasticamente devido à seca em Tefé, no Amazonas. Foto de 20 de agosto de 2024 Bruno Kelly/Reuters A seca severa que assola o Amazonas também expõe o isolamento que o estado vive. Isso porque, a única rodovia que liga o Amazonas ao restante do pais - a BR-319 - é praticamente intrafegável. A BR é a única estrada que conecta Manaus a Porto Velho e ao restante do país. Em 2021, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), concedeu uma licença para a reconstrução do trecho do meio, entre os quilômetros 250 e 656, mas em julho deste ano, uma decisão provisória da 7ª Vara Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas (SJAM), derrubou a autorização. LEIA TAMBÉM: Dia da Amazônia: queimadas recordes e seca severa dos rios intensificam crise ambiental na região Seca do Rio Negro em 2024 afeta a população e afasta embarcações da Orla de Manaus; FOTOS Na semana passada, a justiça negou um pedido da Advocacia Geral da União e manteve suspensa a reconstrução do trecho central da rodovia. Com o Rio Negro medindo pouco mais de 19 metros em Manaus, empresas que atuam no transporte de cargas precisaram montar portos flutuantes no município de Itacoatiara, na média do Médio Amazonas. De lá, os navios descarregam as mercadorias em balsas, que seguem para a capital amazonense, para suprir a indústria e o comércio. "Desde o ano passado, as empresas, quando fizeram o planejamento, a modelagem logística dela, elas consideraram, algumas consideraram antecipação de vinda de insumos, de recepção de insumos e remessa mais cedo do produto acabado. Então essa foi uma alternativa. Outras estão estudando na remodelagem logística alternativa de modal. O que descia no modal cabotagem começa a descer no modal rodo fluvial", disse o presidente executivo da Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Lúcio Flávio. Passageiros puxam o ônibus atolado na BR-319. JN O modal a que ele se refere utiliza rios do Amazonas e a estrada por Belém, no Pará. Mas para Amazonas e Roraima, a BR-319 é a única saída por terra para o restante do país. A estrada tem quase cinquenta anos de existência e há 36 anos não é reasfaltada. Hoje o trecho que compreende a maior parte, pouco mais de 400 km no meio da rodovia, está proibido de receber qualquer pavimento fixo. Há questões ambientais que ainda são avaliadas pelo Ibama. "Essa primeira quinzena de setembro, a gente tem chuva prevista para segunda quinzena, então é uma região que nunca vivenciou isso. O que preocupa mesmo é, digamos, a comunidade como ela está sendo impactada pela seca, que pra eles é sempre muito mais grave do que a enchente", disse a pesquisadora de Geociências do Serviço Geológico do Brasil, Jussara Cury. Seca severa A previsão do governo do estado é de que, neste ano, o Amazonas tenha uma seca severa nos mesmos moldes ou até pior do que o estado viveu em 2023. Durante a estiagem do ano passado, o Rio Negro alcançou o nível mais baixo dos últimos 120 anos. Quem trabalha com a navegação pelos rios do Amazonas afirma que a maior dificuldade durante o período são os bancos de areia que tomam conta do caminho. Eles ressaltam que isso se torna ainda mais desafiador durante a noite, quando a visibilidade é reduzida. "Rio seco, rio cheio é algo que sempre vai ter. Mas esse ano a situação tá bem ruim, estamos com o rio 1,5 metro mais baixo que o ano passado. E aí tem pedra, banco de areia e essa fumaça que prejudica a visibilidade. Navegar durante a noite tem sido bem complicado, tem momentos em que a visibilidade é péssima e não se vê nada pela frente", disse o comandante Jarson Santos. De acordo com o monitoramento da Defesa Civil, o Rio Negro começou o mês de agosto medindo 25,09 metros. Já no sábado (31), as águas mediam 20,02 metros. Ainda segundo o órgão, entre o sábado (31) e o domingo (1º), o rio desceu ainda mais, chegando a 19,77 metros. O monitoramento aponta ainda que o Rio Negro está em estado crítico de vazante. Apesar do problema, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) acreditam que o rio não deve atingir a cota da seca de 2023, que foi de 12,70 metros. A previsão para este ano é de que o nível das águas fique em torno de 14 a 15 metros, o que já é considerado muito baixo. Seca muda cenário na orla de Manaus

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2024/09/05/com-seca-severa-e-isolado-do-restante-do-pais-am-vive-caos-ambiental.ghtml


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